Países apoiam reforma ‘ambiciosa e abrangente’ do sistema de desenvolvimento da ONU

A Assembleia Geral das Nações Unidas apoiou um novo plano para tornar o desenvolvimento sustentável uma realidade. A estratégia foi descrita pelo secretário-geral da organização, António Guterres, como “a mais ambiciosa e...
Secretary-General António Guterres addresses the 91st meeting of the seventy-second session of the General Assembly regarding a draft resolution on the repositioning of the United Nations Development System. Also pictured are (left to right) Deputy Secretary-General Amina Mohammed; Miroslav Lajčák, President of the seventy-second session of the General Assembly; and Catherine Pollard, Under-Secretary-General for General Assembly Affairs and Conference Management.

A Assembleia Geral das Nações Unidas apoiou um novo plano para tornar o desenvolvimento sustentável uma realidade. A estratégia foi descrita pelo secretário-geral da organização, António Guterres, como “a mais ambiciosa e abrangente transformação do sistema de desenvolvimento da ONU em décadas”.

Guterres afirmou que o pacote de reformas abre caminho para uma nova era de “soberania nacional” em relação ao desenvolvimento, em um processo apoiado por todo o Sistema ONU.

A Assembleia Geral das Nações Unidas formalizou seu apoio, no final de maio, a um novo plano para tornar o desenvolvimento sustentável uma realidade. A estratégia foi descrita pelo secretário-geral António Guterres como “a mais ambiciosa e abrangente transformação do sistema de desenvolvimento da ONU em décadas”.

O secretário-geral afirmou que o pacote de reformas abre caminho para uma nova era de “soberania nacional” em relação ao desenvolvimento, em um processo apoiado por todo o Sistema ONU. Dessa forma, permitirá que países continuem a buscar por avanços sociais e econômicos de maneira sustentável.

“[O plano] cria base para o reposicionamento do desenvolvimento sustentável como o coração das Nações Unidas”, declarou Guterres, após o consenso do órgão intergovernamental de 193 países em adotar a reforma.

“É conferido um sentido prático à nossa promessa coletiva de avançar com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável [ODS] para todos, em todos os lugares – com a erradicação da pobreza como primeiro objetivo – e sem deixar ninguém para trás. No fim, a reforma é baseada no estabelecimento de mecanismos para gerar uma diferença real na vida das pessoas.”

O processo de reforma trará transformações significativas na liderança, organização e procedimentos de prestação de contas em todo o sistema de desenvolvimento da ONU. Consequentemente, garantindo que as necessidades nacionais para a implementação dos ODS sejam reparadas, e que os compromissos do Acordo de Paris sejam cumpridos.

Também conhecidos como Objetivos Globais, os ODS são um pedido universal para a ação, com o objetivo de erradicar a fome e a pobreza, além de garantir a proteção do planeta e assegurar paz e prosperidade a todos que o habitam.

Mais especificamente, a reforma dá aos coordenadores-residentes – os mais altos funcionários da ONU em nível nacional – um papel independente na coordenação de atividades de várias entidades da ONU em atuação local.

Guterres frisou que ser um coordenador-residente é um dos “trabalhos mais desafiadores” na ONU. O dirigente também destacou a atuação dos 129 coordenadores residentes responsáveis por cobrir 165 países, declarando que os profissionais estão trabalhando duro “e em alguns casos, contra todos os obstáculos”.

Atualmente, a coordenação bem-sucedida depende excessivamente de personalidades individuais e da boa vontade dos envolvidos, afirmou o chefe da ONU, reforçando que essa reforma ajudará a sanar um “déficit histórico na função coordenativa”, além de intensificar estratégias que sejam práticas e efetivas.

Com a reforma, as atribuições de coordenadores-residentes passam a ser separadas das funções dos representantes-residentes do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

“Você será capaz de contar com a atuação imparcial dos coordenadores-residentes – totalmente devotos às necessidades que devem ser sanadas para corroborar com a Agenda 2030, a partir de experiência, capacidades, habilidades e conhecimento em todo o Sistema”, declarou o chefe da ONU.

“Nossas equipes locais agora serão mais capazes de adaptar sua presença, capacidades e habilidades às suas prioridades”, completou o dirigente.

Em discurso anterior à adoção da reforma, o presidente da Assembleia Geral, Miroslav Lajčák, afirmou que “essa resolução, hoje, não é vista por todos como um documento perfeito. Mas é produto de um processo multilateral. Mostra do que somos capazes”.

O Secretariado da ONU afirma que a adoção das reformas exigirá cerca de 225 milhões de dólares anualmente.

Amina Mohammed, vice-secretária-geral da ONU, acredita que as mudanças permitirão “uma liderança mais independente e imparcial” em nível nacional, no que diz respeito à criação de equipes.

“O que eu diria é que, das vezes passadas, tivemos dirigentes que, mesmo sem culpa, conduziram uma cacofonia – a mão esquerda não sabe o que a mão direita está fazendo”, declarou a Amina, adicionando que “hoje, nós temos a oportunidade de fazer uma sinfonia em relação aos ODS. Essa é a real diferença em campo”.

Ela sublinhou que a reforma estabelece clara prestação de contas em relação ao dinheiro gasto, e destacou a importância de parcerias entre as partes interessadas, incluindo Estados-membros e o setor privado.

“Os recursos das Nações Unidas são suas pessoas. Nós precisamos investir nelas. Nós tentaremos liderá-las, inspirá-las, incentivá-las e criar ambientes que as inspire”, completou a número dois da ONU.

Acesse os documentos da reforma clicando aqui e aqui.

Fonte: ONU BR