Sustentabilidade vira sinônimo de competitividade

Em debate sobre práticas socioambientais, especialistas defendem que é vantajoso para empresas o País cumprir Acordo de Paris Samuel Antenor A sustentabilidade vem ganhando cada vez mais espaço na agenda das empresas,...
Em debate sobre práticas socioambientais, especialistas defendem que é vantajoso para empresas o País cumprir Acordo de Paris
Samuel Antenor

A sustentabilidade vem ganhando cada vez mais espaço na agenda das empresas, refletindo a tendência de aumento no consumo consciente e das discussões ambientais pela sociedade. Mas, principalmente, porque se tornou uma vantagem competitiva e influencia na lucratividade. Não faz mais sentido voltar atrás nesse movimento, independentemente da política vigente. Esta foi a principal mensagem passada pelos participantes do Fórum Sustentabilidade, promovido pelo Estado e patrocinado pela Ambev na última quarta-feira.

No painel “Melhores Práticas para os Desafios Socioambientais”, Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), apontou que a discussão acontece num momento oportuno. Para ela, o Acordo de Paris – tratado assinado por 195 países para conter o aquecimento do planeta – e os objetivos de desenvolvimento sustentável, ambos estabelecidos em 2015, fizeram com que a sociedade passasse da sensibilização para a ação.

“Muitas empresas buscam as melhores práticas, compartilham experiências e, em seu portfólio, a área de sustentabilidade cresce mais do que as áreas tradicionais”, observou. Para ela, o Brasil tem vantagens competitivas, decorrentes dos grandes ativos da biodiversidade.

“O desenvolvimento sustentável entrou definitivamente na conta da competitividade internacional. O setor privado se organizou e se comprometeu com a sustentabilidade, mas, para ampliar sua participação, é preciso colocar os competidores do mesmo lado”, disse.

Ela ressaltou que a competitividade se impõe quando se extrapolam as fronteiras das empresas, da comunidade e do governo, e que o Brasil, signatário do Acordo de Paris, pode ter vantagem ainda maior na nova geopolítica mundial. “Quando os Estados Unidos disseram que sairiam do acordo, suas empresas se manifestaram de imediato, deixando claro que para elas era mais interessante cumprir o previsto no acordo. Ou seja, sustentabilidade significa também competitividade e lucro.”

A opinião é compartilhada pelo diretor do Pacto Global para Sustentabilidade da ONU, Carlo Pereira: “As mudanças climáticas estão atreladas a questões energéticas, hídricas e sociais. Isso diz respeito a países, mas também a empresas. A agenda de desenvolvimento sustentável é a principal ‘lista de tarefas’ da humanidade, com desafios integrados, interligados e indivisíveis”.

Para ele, não se pode pensar a sustentabilidade de maneira isolada nem deixar pequenas empresas alheias. “Ao contrário do que acontece no setor público, especificamente com governos que tenham restrições ao multilateralismo, o setor privado é interligado globalmente. Por isso, as empresas entendem que ser sustentável é uma vantagem competitiva”.

Fonte: Terra