Futuro sustentável vai depender da parceria entre conservação e progresso
O planeta está em uma encruzilhada. Com esse mote, mais de 10 mil pessoas passaram dez dias em Honolulu, no Havaí, nos Estados Unidos, discutindo soluções para sair dela. Na madrugada de domingo (11), a diretora-geral da União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN), Inger Andersen, encerrou o congresso com otimismo: “Demos os primeiros passos para pegar a rota certa em direção a um futuro sustentável, em que natureza e progresso humano apoiem um ao outro”.
“Por ignorância, obstinação, complacência ou corrupção, continuamos a degradar os ecossistemas e os serviços que eles prestam, esgotando a biodiversidade e corroendo as relações bioculturais tradicionais. Uma abordagem alternativa é que a conservação da natureza e o progresso humano não são mutuamente exclusivos, mas podem ser parceiros essenciais para alcançar o desenvolvimento sustentável”, alerta o documento resultante da reunião.
Intitulado Navegando a Ilha Terra, o documento lista uma série de oportunidades para promover uma “cultura da conservação” que lide com as formas como as sociedades humanas estão mudando o mundo.
Os mais de 10 mil líderes de governos, da sociedade civil, de comunidades indígenas, religiosos e ligados a tradições espirituais e do setor privado definiram a agenda dos próximos quatro anos, quando ocorrerá o próximo congresso, e um caminho para implementar acordos históricos de 2015, como a definição dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e o Acordo de Paris para o combate às mudanças climáticas.
Também foram adotadas mais de cem moções de apoio às mais diversas medidas de conservação. Elas pedem, por exemplo, urgência na proteção dos oceanos, ampliação das áreas marinhas protegidas e integração de soluções baseadas na natureza para combater as mudanças climáticas.
Diretamente relacionadas ao Brasil, foram aprovadas moções de apoio à criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul e de amparo à lista vermelha brasileira de espécies ameaçadas. Essa proposta é importante por causa das tentativas de tirar algumas espécies dessa lista, em especial peixes, por parte do Congresso brasileiro.