A representante especial da ONU para Migração Internacional, Louise Arbour, destacou ontem (24), em Nova York, as contribuições fundamentais dos migrantes a seus países de origem, que em 2016 totalizaram US$ 429 bilhões em remessas. Segundo ela, trata-se de “uma das contribuições mais tangíveis de migrantes” para que sejam alcançados os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em seus países de origem. A informação é da ONU News.
Louise Arbour destacou, na sede da ONU, durante uma sessão temática sobre o estabelecimento de um pacto global sobre migração e a contribuição da mesma para o desenvolvimento sustentável, que as remessas dos imigrantes a nações em desenvolvimento “tiraram milhões de famílias da pobreza” e representam um valor três vezes maior do que a assistência oficial a estes países, sendo mais estáveis do que outras formas de fluxo de capital privado.
A representante especial da ONU ressaltou, no entanto, que a contribuição de migrantes a seus países vai além das remessas de dinheiro, citando a transferência de novas ideias, habilidades, cultura e conhecimento. Ela declarou que, além disso, em linhas gerais, a migração também “fornece benefícios substanciais” aos países que os abrigam, especialmente através da contribuição de trabalhadores de vários níveis de habilidades, tanto em nações desenvolvidas como em desenvolvimento.
Barreiras
Louise Arbour elencou contudo “três barreiras fundamentais à maximização do impacto positivo da migração”. Em primeiro lugar, “as políticas inadequadas que podem evitar resultados positivos de desenvolvimento”. Em seguida, a exclusão de trabalhadores migrantes, em particular os sem documentos, da cobertura básica de instrumentos de proteção social. E, em terceiro lugar, Louise Arbour ressaltou que embora os benefícios da migração sejam muito maiores que seus custos, a percepção do público é “frequentemente o oposto”.
Ela disse que “tais percepções e atitudes públicas têm influência negativa” sobre a escolha de políticas migratórias e defendeu que isto “deve ser revertido para que políticas sejam baseadas em evidências e não movidas por percepções equivocadas”. Para a representante, o pacto global para uma migração “segura, ordenada e regular é uma oportunidade fundamental para abordar estas questões prejudicando as contribuições de migrantes ao desenvolvimento”.