Um encontro na última sexta-feira (2) iniciou as atividades para construir uma agenda de atuação conjunta dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), para os 54 municípios da Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (Amop). A reunião, realizada na Sala Mercosul, no Parque Tecnológico Itaipu, selou a apresentação do projeto, que começa agora e prevê atividades até agosto de 2019.
Na prática, a iniciativa prevê um amplo retrato da região, a partir de metodologia específica a ser definida, e da criação de indicadores nas dimensões social, ambiental e econômica. A perspectiva é que essas medidas embasem ações que ajudarão o Oeste do Paraná a se consolidar como um dos territórios mais engajados nos ODS em todo o mundo.
“Estamos navegando em conjunto com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e o quanto podemos reforçá-los. E é importante sempre buscar as convergências para a aplicação dos ODS em termos de território, nos 54 municípios”, disse o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek.
Também participaram do encontro os diretores de Itaipu Margaret Groff (financeira executiva) e Nelton Friedrich (coordenação); o diretor-superintendente da Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI), Juan Carlos Sotuyo; Herlon Goelzer de Almeida, superintendente de Energias Renováveis de Itaipu e gestor do convênio com o PNUD; além de gestores de programas e de projetos das duas instituições.
Parceria internacional
A aplicação dos ODS nos municípios da Amop é resultado de Memorando de Entendimento assinado pela Itaipu e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) durante visita do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, à Itaipu. Ban esteve na usina no último dia 7 de agosto, pela segunda vez. A primeira vez foi em fevereiro de 2015.
O Memorando de Entendimento resultou em um convênio, que agora se consolida com este grande projeto. “Esse diálogo que está sendo levado adiante com o PNUD busca juntar as competências do PNUD e da Itaipu para desenvolver um mapeamento dos ODS na prática no Oeste, abrangendo o social, o econômico e o ambiental, agregando ao braço da tecnologia e da inovação de Itaipu, que é o PTI, um agente para ajudar a região a alcançar os 17 ODS”, afirmou a diretora Margaret Groff.
A perspectiva é que, no futuro, o Oeste do Paraná seja reconhecido e tenha a chancela de “território sustentável”. Um total de 193 países adotaram os objetivos. Eles se desmembram em 169 metas a serem atingidas de forma progressiva, até o ano de 2030. “O PNUD nos informou que somos o único território com esta característica, com os 54 municípios atuando em conjunto pelos ODS”, disse Herlon de Almeida.
construção será participativa e o diagnóstico levará em conta políticas públicas já existentes na região e as políticas de empresas e da sociedade civil organizada do Oeste, sempre relacionadas às necessidades do território nas três dimensões (social, econômica e ambiental). “Teremos uma ferramenta para a população e para o setor público e privado trabalharem até 2030”, afirmou Herlon de Almeida. “Será um legado de Itaipu e parceiros para este território”.
O projeto envolverá diversos programas, muitos deles já alinhados aos ODSs, como Oeste em Desenvolvimento, Cultivando Água Boa, Compras Sustentáveis, Equidade de Gênero, Educação Financeira e Grupo de Trabalho (GT) Itaipu-Saúde. Outras áreas, como o próprio PTI, Energias Renováveis e Turismo, também participam da iniciativa.
“Temos que continuar neste caminho e fortalecer o mapeamento do quanto as nossas ações impactam nos ODS. Cito, como exemplo, desde as discussões que temos tido sobre a melhoria de estradas rurais até o Programa de Compras Sustentáveis, que já chegaram a vários municípios do Oeste”, defendeu o diretor Nelton Friedrich.
Para Juan Carlos Sotuyo, é “oportuno” que todos indicadores dos projetos e ações da Itaipu estejam alinhados aos ODS. “Esperamos que a Fundação PTI continue construindo e fortalecendo a mudança da nossa realidade”.
Além da definição da metodologia e dos indicadores, estão previstas para 2016 a definição das equipes e do plano de trabalho, a formação de pessoas e o monitoramento.
Em 2017, a comunidade começará a ser envolvida de forma mais direta, com seminários sobre o tema destinados aos atores locais. No próximo ano deverão ser constituídos os “núcleos ODS”, vinculados aos Planos Municipais de Desenvolvimento, entre outras iniciativas, como o início da ferramenta da plataforma ODS para o território.
A publicação da “Agenda de Atuação Conjunta” está programada para 2018, quando começa a formação dos gestores. Ela prossegue em 2019, quando também estão previstos o monitoramento da agenda, a avaliação do impacto e o seminário do projeto. A conclusão está marcada para agosto de 2019, após quase três anos de atividades intensas.
