O ODS 10 e as desigualdades sociais

A Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que “o conceito de pobreza costuma ser compreendido como o estado de privação de um indivíduo cujo bem-estar é inferior ao mínimo que a sociedade é moralmente obrigada a...

A Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que “o conceito de pobreza costuma ser compreendido como o estado de privação de um indivíduo cujo bem-estar é inferior ao mínimo que a sociedade é moralmente obrigada a garantir”. No entanto, um desdobramento extremamente relevante no debate a respeito da pobreza, ou de sua conceituação, se manifesta quando a consideramos em conjunto a questão da desigualdade.

Quando temos em conta a desigual distribuição de condições de acesso à renda ou a serviços públicos essenciais, as definições tornam-se mais precisas e úteis para a elaboração de políticas públicas. Mesmo que se considere o próspero avanço brasileiro no combate à fome, à miséria e dos inúmeros avanços na qualidade de vida da população em geral e de crianças e adolescentes durante a década precedente, os dados constantes nesta publicação revelam que o país apresentou desempenho negativo na redução da desigualdade, com o aumento da proporção de pessoas em situação de pobreza extrema, sobretudo entre crianças e adolescentes de até 14 anos de idade.

A desigualdade é uma questão historicamente acumulada no Brasil. Há muitas décadas o país ocupa as piores posições nos diversos rankings que se propõem a mensurar essa situação. O recente Relatório de desenvolvimento Humano (RDH), de 2019, (com dados de 2017), lançado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e que utiliza como base o Coeficiente de Gini, colocou o Brasil na sétima posição de país mais desigual do mundo, atrás apenas de um grupo de países
africanos. Apesar do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) elevado, quando o índice brasileiro é ajustado ao fator da desigualdade a perda é de 24,5% (PNUD, 2019).

A redução da desigualdade entre e dentro dos países é o tema do ODS 10. Para tanto, é necessário assegurar renda às populações mais pobres (10.1), promover a inclusão social e política (10.2) e adotar políticas de proteção salarial (10.4), entre outras.

Por isso, a Estratégia ODS, coalizão formada por diferentes organizações do país, produz conteúdos para auxiliar organizações da sociedade civil, empresas, governos municipais e a academia a adaptarem suas ações aos ODS. Conheça mais e faça parte dessa coalizão que trabalha para facilitar a implantação e disseminação dos ODS no Brasil!