O conceito de desenvolvimento sustentável foi proposto para assegurar um crescimento econômico sem esgotar os recursos do planeta para o futuro. Sua definição clássica é: “O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais“.
O conceito começou a ser trabalhado em 1972, durante a Conferência de Estocolmo, e passou a ser nomeado e difundido em 1983, pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, da Organização das Nações Unidas (ONU).
Mesmo com tanto tempo desde sua criação, o desenvolvimento sustentável é um dos grandes desafios contemporâneos. Principalmente no Brasil, por conta de sua complexidade diante de diversas atividades, vivências e situações distintas encontradas na sociedade. Além disso, o país também enfrenta uma crise política que se alonga e não prioriza o tema em suas ações.
Mas como o desenvolvimento sustentável se caracteriza?
O desenvolvimento sustentável pode ser abordado em quatro áreas principais:
Social: relacionada às necessidades humanas, de saúde, educação, melhoria da qualidade de vida e justiça.
Ambiental: trata da preservação e conservação do meio ambiente, com ações que vão da reversão do desmatamento, proteção das florestas e da biodiversidade, combate à desertificação, uso sustentável dos oceanos e recursos marinhos até a adoção de medidas efetivas contra mudanças climáticas.
Econômica: aborda o uso e o esgotamento dos recursos naturais, a produção de resíduos, o consumo de energia, entre outros.
Institucional: diz respeito às capacidades de colocar em prática os ODS.
E é importante?
Sim! O desenvolvimento sustentável encoraja a sociedade a conservar e utilizar de maneira mais consciente seus recursos naturais. Com isso, consegue, gradualmente, modificar a maneira que países se desenvolvem e implementam novas tecnologias, com o objetivo de que todos possam atingir suas necessidades básicas em relação à saneamento básico, alimentação, água potável, energia, entre outros.
A premissa desse modelo de desenvolvimento é garantir que uma relação estável entre as atividades humanas e a natureza, proporcionando uma melhoria em nossa qualidade de vida e, também, para as futuras gerações.
E como ajudar?
É preciso entender que cada setor da sociedade tem um papel fundamental – e diferente – para promover o desenvolvimento sustentável. Um cidadão comum, por exemplo, pode participar da arrecadação de alimentos e roupas ou promover oficinas que disseminem boas práticas para amigos e conhecidos. Também podem participar de campanhas de conscientização sobre a igualdade de gênero, a diversidade e o combate às fake news. Assim como tomar cuidado com o desperdício de água, energia e com o descarte incorreto de resíduos é fundamental para um futuro mais sustentável.
Já as empresas que começaram a promover processos mais sustentáveis em suas ações já perceberam vantagens como: melhoria de performance financeira com processos mais sustentáveis economicamente; criação de valor; desenvolvimento de uma cultura empresarial mais inclusiva e retenção de talentos.
Os Governos Municipais também podem utilizar o desenvolvimento sustentável como guia para identificar as principais necessidades de mudança em suas cidades, como forma de promover uma melhor qualidade de vida para os cidadãos.
E para isso, surgiram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Para ajudar a promover práticas e disseminar o tema, foram criados os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Trata-se de uma agenda mundial adotada durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável em setembro de 2015 composta por 17 objetivos e 169 metas a serem atingidos até 2030.
Nesta agenda estão previstas ações mundiais nas áreas de erradicação da pobreza, segurança alimentar, agricultura, saúde, educação, igualdade de gênero, redução das desigualdades, energia, água e saneamento, padrões sustentáveis de produção e de consumo, mudança do clima, cidades sustentáveis, proteção e uso sustentável dos oceanos e dos ecossistemas terrestres, crescimento econômico inclusivo, infraestrutura, industrialização, entre outros.
Por isso, foi criada a Estratégia ODS, uma coalizão que reúne organizações representativas da sociedade civil, do setor privado, de governos locais e da academia com o propósito de ampliar e qualificar o debate a respeito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil e de mobilizar, discutir e propor meios de implementação efetivos para essa agenda.